segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

REFLEXÕES ORIGINADAS NO DEBATE SOBRE O ENSINO MÉDIO NO NÚCLEO
- Diagnóstico do Projeto fundamenta os problemas no currículo fragmentado e evasão ignorando as causas socioeconômicas e culturais.
- Foco é na avaliação e não no processo de aprendizagem.
- Organização curricular reduz drasticamente a CH das diferentes disciplinas (o que vai ocorrer com os professores?). Redução de CH? Necessidade de complementar em outras escolas?
- Metas não trazem as questões dos contratos nem a reestruturação física das escolas necessárias para a implementação de mudanças.
- Embasamento teórico contraditório com as conclusões que aponta como o carreamento para o sistema S ou o mercado.
- Mais uma vez temos um Plano de Governo e não uma Política de Estado.
- Critica a desarticulação dos PPPs com as comunidades escolares, no entanto traz a articulação com interesses empresariais e arranjos produtivos regionais.
- Cria falsa expectativa de que vai mudar as relações entre o trabalho e o trabalhador (impossível sem a mudança de sistema).
- Concepção de currículo apresentada dá margens a interpretações dúbias - o conhecimento é patrimônio da humanidade e a escola pública é o único lugar onde os filhos da classe trabalhadora tem acesso a ele, portanto é rebaixar sua construção limitando-o a realidade do aluno.
-Os professores estão preparados para esta mudança? Lógica da formação continuada proposta é o adestramento?
-Educação sempre serviu ao sistema econômico, precisamos refletir que educação queremos, que saúde queremos, enfim refletir sobre que sociedade queremos.
-Reforma tem a finalidade de preparar o RS para a crise e formar mão de obra barata. Problema na educação é de gerenciamento.
-Educação não transforma sozinha a sociedade, mas se não começarmos agora este debate dificilmente teremos um homem novo quando ela mudar. Neste espaço precisamos fazer a escola avançar. A Escola não responde sozinha às contradições sociais. O currículo a ser construído  requer o desenvolvimento integral do ser humano.
-Histórico sobre a destruição do Ensino técnico no final do governo FHC. Considerada progressiva a expansão do Ensino Técnico.
-Deverá ocorrer a continuidade do debate nas escolas, por Zonais.
- Construir debate com alunos e pais em cada escola deliberando sobre manifestos ou consultas (plebiscito) que  mostrem a posição das Escolas.
-Sugestões de Leitura: textos de Maria Aparecida Santos, Marília Fonseca da UnB, Gaudêncio Frigotto (Educação e Crise do Capital Real), Parecer CNE-CEB 15/98 Diretrizes Curriculares Nacionais para EM.


SOBRE O ENSINO TÉCNICO
(Síntese da comunicação de Clovis Oliveira no
Seminário sobre Reforma do Ensino do 39º Núcleo do CPERS de 25/11/2011 )

A Reforma do Ensino Técnico de 1997
. A conjuntura era de continuidade da orgia neoliberal iniciada com o Governo Collor.
. A reforma do ensino técnico foi feita no 1º Governo de FHC (1995/1999) e consistia em um desmonte do Ensino Técnico.
. No RGS foi aplicada pelo Governo Britto, o mais privatista de todos os governos do Estado até hoje.

Como era o Ensino Técnico até esta Reforma
. Terminalidade em Contabilidade, Secretariado, Publicidade, Turismo, Técnicas Agrícolas, Mecânica, Eletrotécnica, Desenho Técnico, Construção de Estradas, e muitas outras.
. O aluno ingressava no 1º ano do Curso Técnico. 
. Ao longo dos 3 anos do então chamado 2º Grau, o aluno ia tendo as disciplinas técnicas, concomitantemente com as disciplinas de formação geral.
. A cada ano, gradativamente, aumentava o peso das disciplinas técnicas em relação às de formação geral.
. No último ano, o peso das técnicas era maior, estando previstas ali, as disciplinas mais complexas.
. O aluno ganhava certificado de conclusão do curso técnico, correspondente ao 2º grau.
. Professores da área técnica discutiram o aperfeiçoamento das escolas técnicas. 1) Proposta de que as disciplinas de formação geral deveriam ter um enfoque relacionado com a área do Curso Técnico correspondente. 2) Proposta de realização de prova de seleção para o 1º ano dos cursos técnicos, não com objetivo classificatório, mas sim com o objetivo de selecionar os alunos de acordo com a vocação específica para aquele curso técnico. 

O que fez a reforma de FHC:
. Acabou com os cursos técnicos em 3 anos até então existentes, transformando todas as escolas técnicas em escolas de 2º Grau.
. As escolas poderiam manter cursos técnicos, mas através da criação de um 4º ano, para o qual concorreriam os alunos formados no 2º Grau, tanto da escola, como vindos de fora.
. A escola técnica passou a funcionar como se fosse duas escolas, diferentes, localizadas no mesmo prédio e com a mesma administração, mas com corpo docente diferenciado.
. A reforma criou também uma meia dúzia de centros tecnológicos no Estado, onde não existiria mais a formação de 2º Grau, e sim, somente, cursos técnicos de curta duração, que atenderiam demandas específicas, principalmente aquelas geradas pelas necessidades das empresas.

Consequências da reforma do ensino técnico:
. Houve alguma resistência contra a reforma, por parte do CPERS, e principalmente, dos professores das escolas técnicas, mas insuficiente para barrar o conjunto da reforma.
. A SEC não conseguiu executar este projeto até as últimas consequências, mas desestruturou um sistema que funcionava e que poderia ser aperfeiçoado.
. Introduziu nas antigas escolas técnicas, o quadro mais geral de crescente evasão escolar. 

A expansão do Ensino Técnico é progressiva
. Não nos referimos ao PRONATEC, que concede bolsas de estudo e financiamento de cursos de qualificação profissional a serem executados em parceria com entidades do empresariado, como o Sistema “S” (SENAC e SENAI).
. O progressivo é a expansão que está sendo feita na rede de escolas técnicas, porque abre espaço para um anseio real da juventude.

Uma questão central para discutir na Reforma da SEC
. A preocupação da SEC em tornar concomitantes as disciplinas não pode ser aplicada ao Ensino Médio, pois, os jovens da classe trabalhadora tem o direito de ambicionar a universidade.
. Mas, não podemos generalizar. Porque, por outro lado, a grade das disciplinas proposta pela SEC pode ser discutida para aplicação nas escolas técnicas.
. Nos anos 90 lutamos contra a reforma do Ensino Técnico do FHC e pela concomitância das disciplinas de técnicas e de formação geral. Não temos nem mais a memória disto.
. Deve existir uma grade de disciplinas para as escolas técnicas e outra para o Ensino Médio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário