sábado, 17 de março de 2012

PARA AVANÇAR CONQUISTAS, PREPARAR A GREVE!
Na Colômbia, depois do extermínio de mais de 3000 partidários da União Patriótica, os paramilitares, articulados com a cúpula das forças armadas, protagonizaram crimes hediondos contra civis, tornados públicos no caso dos “falsos positivos”. Isto quando o atual presidente, Juan Manuel Santos, era ministro da Defesa de Uribe. Há neste momento, nos cárceres da Colômbia mais de 10.000 militantes sociais: são professores, líderes sindicais, representantes do movimento indígena, ativistas dos direitos humanos e camponeses. A criminalização dos movimentos sociais na Colômbia foi levada às últimas consequências, e convertida em política de Estado. Santos, homem fiel às oligarquias colombianas e aliado incondicional dos EEUU, aplica na economia do país o receituário do FMI, e na Educação, tenta impor as reformas mercantilizantes exigidas pelo Banco Mundial. No entanto, para os “democratas” de Wall Street, o problema candente da atualidade é a falta de democracia na Síria, país que exerce de fato sua soberania e o único na região a apoiar materialmente a causa palestina. Por isso, a Síria encontra-se ameaçada agora pela ONU-OTAN com o mesmo destino trágico do Afeganistão, do Iraque e da Líbia.
Dois pesos e duas medidas: esse é o caráter da política imperialista. Na verdade, duas classes, duas políticas: é o que explicita o tratamento diferenciado dado pelo Capital à Síria e à Colômbia.
A ampliação da crise capitalista no final de 2011 orientou a confecção do primeiro orçamento do governo petista de Dilma Roussef. A política de Ajuste Fiscal do governo de Lula não só manteve sua vigência, mas aprofundou-se no atual governo, assumindo agora um caráter preventivo: os enormes cortes orçamentários federais recaíram justamente nas áreas sociais, enquanto a parcela destinada ao pagamento da dívida manteve seus valores, consumindo quase a metade do orçamento. O montante dos cortes ultrapassou os 50 bilhões de reais, alcançando na Educação um total de 3 bilhões. Assim, as possibilidades dos governos estaduais conseguirem uma complementação de verbas, para o pagamento do Piso Salarial Nacional, tornaram-se ainda mais remotas; e a luta pelo Piso, ainda mais difícil.
O governo de Tarso Genro já demonstrou, por suas atitudes concretas, que não pretende pagar o Piso Salarial aos trabalhadores em educação. Atento aos desdobramentos da crise do Capital, o governo estadual do PT atua no sentido de manter a política do Déficit Zero do PSDB, de Yeda. Tratando também de preservar os interesses do capital financeiro e da burguesia gaúcha, transforma a crise capitalista em arrocho para os trabalhadores públicos e precarização dos serviços sociais do estado para o povo pobre. Usa e abusa do apoio interesseiro da mídia corporativa, pousando como um democrata liberal, enquanto trafica os interesses anti-populares da agenda neo-liberal dos monopólios. Das nossas tentativas de estabelecer uma negociação construtiva em torno do piso salarial com o seu governo, ficou inteiramente claro que Tarso vai continuar valendo-se da visibilidade que desfruta na imprensa do Capital para seguir seu jogo de dizer uma coisa e fazer outra.
As últimas propostas salariais do governo Tarso, recentemente conhecidas, estão muito aquém do que se poderia esperar, o que reflete a má-vontade e a falta de seriedade com que o governo PT trata a Educação. Além de ter excluído de sua proposta os funcionários de escola, a incorporação do abono oferecida aos professores neste ano, como antecipação do pagamento do Piso, não representará sequer à metade dos míseros 10% de reajuste do ano passado. E se isto não bastasse, teima ainda em impor-nos o regressivo projeto de desmonte do Ensino Médio. Esforça-se por fazer crer que o seu “Projeto de Reestruturação” é um projeto avançado, que foi construído democraticamente, e que vai de encontro aos anseios da comunidade escolar. Esconde cuidadosamente o fato de que são as orientações das agências financiadas pelo Banco Mundial que permeiam a essência do projeto que defendem; que a implementação do projeto não é senão uma das contrapartidas que o governo deve atender para continuar recebendo as parcelas do empréstimo contratado por Yeda, e seguir pleiteando novos.
Neste cenário, dois grandes desafios se colocam para os trabalhadores em educação do estado: o primeiro é organizar a categoria para a luta contra o governo burguês duas caras do PT&Cia. E organizar a base da categoria para a luta deve implicar em recompormos as representações sindicais nas escolas, em reintroduzir o sindicato no cotidiano das escolas, em recuperar uma representação que expresse independência política em relação aos patrões e seus governos, enfim, que se coloque numa perspectiva de combate ao sistema capitalista, origem de toda opressão e exploração. O segundo desafio é articular uma política de negociação com o governo que não negligencie a tarefa de ampliar-se o desmascaramento do caráter de classe das políticas de Tarso Genro. Como nos é necessário continuar tentando negociar com o governo Tarso e seu promíscuo parlamento burguês, não é por isso que vamos abrir mão de continuar denunciando-o como serviçal subalterno do capital financeiro internacional.
Para avançarmos na luta pelo Piso Nacional e derrotarmos o projeto de Reestruturação do Ensino Médio precisamos preparar uma grande greve da categoria. E desde já, para demonstrarmos nossa disposição de luta e nosso compromisso com sua preparação, devemos nos declarar em estado de greve.

Fora com o FMI!
Não às guerras de rapina do Imperialismo!
Boicote às políticas mercantilizantes de reforma da educação do Banco Mundial!
Pelos 10% do PIB para a Educação!
Chega de Arrocho!

UNIDADE CLASSISTA – RS
Ruy Guimarães - bolcheruy@hotmail.com (PoA)
Goretti Grossi - mg.grossi@yahoo.com.br (PoA)


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