segunda-feira, 14 de maio de 2012

14/05/2012 09:39 - Atualizado em 14/05/2012 10:36

Professores paralisam aulas e protestam no Palácio Piratini

Categoria se manifesta contra 500 dias do governo de Tarso Genro e pede implantação do piso nacional

Determinação da SEC é para que pais encaminhem os alunos às escolas<br /><b>Crédito: </b> Vinicius Roratto
Determinação da SEC é para que pais encaminhem os alunos às escolas
Crédito: Vinicius Roratto
Professores liderados pelo Cpers promovem paralisação nesta segunda-feira em todo o Estado. Em Porto Alegre, a categoria realizou um ato em frente ao Palácio Piratini contra os 500 dias do governo de Tarso Genro. Pouco depois das 8h, com cartazes e faixas, eles ocuparam o trecho da avenida Duque de Caxias, impedindo o acesso de funcionários pela entrada principal.

Segundo a presidente do Sindicato, Rejane de Oliveira, o movimento integra a decisão da assembleia geral de combater o governo de maneira jurídica e política. “Ao fazermos o balanço dos 500 dias, a única conclusão a que podemos chegar é que o governo tem atacado diretamente o trabalhador e os seus direitos, estando inclusive fora da lei, ao não cumprir com o pagamento do piso nacional, no caso dos professores”, afirmou.

Ela lembrou ainda que neste período o governador apresentou planos e projetos que só prejudicaram os trabalhadores e favoreceram os interesses externos, como no caso do empréstimo junto ao Banco Mundial. Outra situação considerada crítica foi o acordo com o Ministério Público do Estado para o pagamento de parcela dos professores. “Queremos que o governo cumpra a sua parte e pague o piso na integralidade a todos os profissionais e os seus respectivos benefícios”, disse.

Segundo o sindicato, ao longo destes 500 dias o governo promoveu a isenção de impostos, sucateou o Instituto de Previdência do Estado (IPE), ampliou o fator previdenciário, promoveu o atraso nas promoções e não investiu o mínimo em educação. “Esses são exemplos de como o governo está provocando o desmantelamento do Estado e prejudicando os trabalhadores”, concluiu Rejane.

O protesto mobilizou representantes dos 42 núcleos do sindicato. Em São Borja e em Santana do Livramento, a adesão foi considerada grande pela coordenação do Cpers.

Nas principais escolas estaduais de Porto Alegre, alguns professores optaram por redução no período de aula e outros mantiveram as atividades normalmente. No caso do Colégio Júlio de Castilhos, o Julinho, a adesão foi pequena, explicou a diretora leda Oliveira Gloesen. Ela lembrou que como não houve tempo de os professores discutirem em conjunto se iriam participar ou não, a direção decidiu liberá-los. “A maioria optou por permanecer em sala de aula”, afirmou.

A mesma situação ocorreu no Instituto de Educação, que também registrou pouca adesão à paralisação. Na Escola Técnica Parobé e nos colégios Padre Rambo e Protásio Alves as aulas seguiram normalmente.

Segundo o Cpers/Sindicato, a paralisação tem como objetivo envolver toda a comunidade escolar no debate. Para a coordenadora do 39º Núcleo, Marly Cambraia, ao propor o pagamento do piso para parte da categoria, o governo conseguiu dividir a força dos professores, colocando-os em lados diferentes. “Mesmo assim, acreditamos que a adesão vai continuar crescendo”, falou.
Segundo a Secretaria Estadual de Educação, a orientação era de que os pais continuassem levando os filhos às aulas, já que é um dia letivo normal. “Os professores que fizerem paralisação deverão recuperar a aula”, orientou a secretária-adjunta da SEC, Maria Eulália Nascimento. O levantamento final da adesão deve ser divulgado no final do dia.

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